Crânios de Cristal

crânio de Mitchell-Hedges

Tudo começa com um exemplar divulgado e apresentado por F.A. "Mike" Mitchell-Hedges (1882-1959) e sua filha adotiva Anna eles teriam encontrado em uma expedição realizada nas Honduras Britânicas (Belize) em meados do início da década de 20 (século passado). Mitchell realizava expedições pelo mundo todo. Ele mede 13,18 cm de altura: 12,38 cm de largura: 20 cm de comprimento, com 5,13 KG de peso, ele é denominado "Skull of Doom" ou "crânio do juízo final".

Na localidade eles teriam encontrado evidências de uma antiga cidade perdida. Denominaram a área como "Lubaatum" que significa "Cidade das pedras caídas", no idioma maia. Anna (atualmente vive no Canadá) teria sido a primeira a avistar o brilho do material entre uma das escavações, tendo convencido o seu pai a dar continuidade apesar da descrença em algo mais importante naquele local.

Anna teria conseguido por as mãos no artefato por ter mãos menores (tinha dezessete anos). Um misto de alegria e emoção envolveu os nativos que beijavam o solo sorrindo com a descoberta. A mandíbula só viria a ser encontrada três meses depois a aproximadamente sete metros do local da descoberta inicial. Ele teria sido oferecido como presente por parte do sacerdote em razão dos esforços, suprimentos e dos cuidados para com todos os membros da expedição.

No entanto, esta versão é contestada por uma outra em que Joe Nickell teria reunido provas de que Mitchell-Hedges havia inventado tudo isso e que na verdade a relíquia teria sido comprada em uma venda realizada pela famosa casa "Sothebys" em 1943 por 400 libras. Esta peça estaria nas mãos de Sydnei Burney que segundo Anna teria mantido sob penhor por razão de uma dívida de seu pai. A origem do crânio tornou-se desconhecida, sendo considerada que tenha vindo para a Europa durante as conquistas espanholas sendo deslocada de um local para outro durante as cruzadas. Mitchell-Hedges nunca teria mencionado o crânio até que tivesse comprado em 1943. Outra versão aponta para a confecção do crânio na Alemanha no século XIX, tendo sido transferido de um local para outro até sua apresentação por parte de Mitchell.

Em 1992 o Instituto Smithsoniano recebeu um exemplar de uma fonte anônima para ser analisado. Sua origem seria as proximidades da cidade do México em 1960. O instituto descobriu que vários exemplares teriam sido comercializados por Eugene Boban, personagem francês sem caráter, que teria comercializado antiguidades na cidade do México entre 1860 e 1880, tendo adquirido os exemplares na Alemanha. Jane MacLaren Walsh esclarece que vários dos exemplares teriam sido produzidos na Alemanha entre 1867 e 1886.

Outra versão sobre um dos crânios de cristal, trata do crânio inglês, que se encontra no Museu da Humanidade, em Londres . Ele é citado como asteca, mas pelo pouco que se sabe, existe uma história vaga em que ele teria sido roubado de uma tumba e caiu nas mãos de um mercenário no México (Boban?), no final do século XIX. Foi vendido à Tiffany’s e posteriormente o Museu da Humanidade comprou-o, em 1898, por 120 libras esterlinas.

crânio de Mitchell-Hedges

Independente da versão de Mitchell-Hedges ser ou não correta, o que torna-se verdadeiro é afirmar que sua origem seja em solo americano, mais precisamente na região do México, Guatemala, Honduras, Belize, Panamá, entre outras regiões da América Central e América do Sul, pois nestas regiões foram encontrados outros crânios de cristal em diferentes formas e diferentes na constituição do material. A suposta confecção na Alemanha foi considerada unicamente por Walsh, sem ter sido provada.

Deixando de lado as contestações, vamos aos fatos:

Em 1970 Frank Dorland* examinou o crânio de Mitchell-Hedges (ele é assim denominado em razão dos seus detentores iniciais, pai e filha). Dorland declarou que ele seria uma réplica quase em tamanho natural de uma mulher jovem entre 21 e 29 anos (primeira foto). É capaz de emitir sons e luz dependendo da posição em que estiverem os planetas, sendo possível ainda perceber imagens dentro do crânio de acordo com a incidência de luzes coloridas e sons na sua proximidade. Examinado nos laboratórios da Hewlett-Packard em Santa Clara na Califórnia, por D. Trull, obteve-se o fator de dureza do material que é de 7 Mhos e gravidade específica de 2,65. Para termos idéia, um canivete não consegue produzir sequer um arranhão no material. Foi descoberto também que o crânio teria sido esculpido contra o eixo natural do cristal, em outras palavras, de maneira incorreta.

Quem trabalha com cristais atualmente, sabe e baseia-se no eixo para a sua confecção, porque se esculpido contra a granulação, o material se quebra mesmo com o uso do laser ou qualquer material de corte. Exames microscópicos atestaram que não existe nenhum arranhão no material evidenciando que não houve uso de instrumentos metálicos para o corte.

*F. Dorland é conservador e restaurador de obras de arte.

O enigma dos crânios, entretanto, não termina aqui. Os arcos zigomáticos (o arco ósseo que se estende ao longo dos lados e parte frontal do crânio) são precisamente separados da peça do crânio e agem como tubos de luz, usando princípios similares aos da óptica moderna, para canalizar luz da base do crânio para os orifícios oculares. Estes, por sua vez, são pequenas lentes côncavas que também transferem luz de uma fonte abaixo, para a parte superior do crânio. Finalmente, no interior do crânio, está um prisma e minúsculos túneis de luz, pelos quais os objetos que são colocados abaixo do crânio são ampliados e aumentam o brilho.

Mesmo diante de tantas evidências da sua complexidade, suposições são continuamente consideradas, a melhor delas aponta para o fato de que tenham sido utilizados diamantes para sua confecção, mesmo assim isso seria um trabalho exustivo que envolvendo inúmeras pessoas em horas de trabalho duraria nada menos do que 300 anos para ser finalizado (isso tudo para apenas uma das peças), devido à dureza do material. D. Trull da Hewlett-Packard finaliza dizendo que não teria condições de realizar um trabalho semelhante.

Eles teriam sido utilizados pelos Astecas e pelos Maias em rituais e cerimônias religiosas e isso não é nenhuma parte estranha, visto que seus rituais eram conhecidos e registrados.

Assim sendo, a palavra mistério passa a envolver estes trabalhos magníficos de civilizações antigas. Sim, porque exames realizados no material atestam que não foram elaborados nos tempos contemporâneos, datam do período de 1.000 a.C. (derrubando a idéia que tivessem sido confeccionados na Alemanha no séc. XIX...).

Alguns exemplares são feitos de puro cristal de quartzo transparente, outros de ametista, quartzo rosa e o quartzo escuro, são compostos de tamanhos diferentes variando desde uma polegada até próximo ao tamanho natural.

O emprego do quartzo como material para sua confecção determina uma finalidade porque a dificuldade imposta pela composição não condiciona como uma mera obra de arte ou artefato de cerimônias religiosas. Poderia ser feito em mármore por exemplo, uma pedra mais fácil de lapidar e com um resultado muito próximo.

O quartzo é um material que possui propriedades físicas podendo catalizar e serem auto-perceptivos. Atualmente este tipo de quartzo empregado tem finalidades em máquinas eletrônicas, aparelhos de vídeo, áudio, informática, pela sua capacidade de amplificação e ressonância. Ainda temos como sua propriedade natural o efeito piezoelétrico que amplifica, transforma, concentra e transfere energia, substituindo o ímã em instrumentos sonoros como os tweeters, permitindo mais potência com tamanho reduzido.

Sinais elétricos são amplificados pelo quartzo mesmo em partículas diminutas. Se for submetido à pressão, ele gera eletricidade e se dilata com uma corrente elétrica sendo transferida em seu interior.

Como se não bastasse tudo isso, o quartzo ainda é capaz de armazenar muita informação em seu interior por causa da ordenação de seus átomos na sua estrutura assemelhando-se à capacidade do computador. Isso pode esclarecer o motivo pelo qual ao incidirmos luzes contra os crânios de diferentes cores e ângulos, obtemos imagens distintas em seu interior. Funcionam como se fossem câmeras de vídeo ativadas por este processo de reprodução.

Confira as considerações feitas pela equipe da HP sobre o crânios de 'Skull of Doom':

"Os testes revelaram que ele possui um elaborado sistema interior de prismas e lentes que permite refratar e refletir a luz projetada sobre o Crânio de Cristal de maneiras específicas. Esses sistemas de lentes pressupõe uma competência técnica atingida apenas recentemente ( é importante ressaltar que esse Crânio foi encontrado em 1924 , quando não existiam computadores , nem se conhecia o laser ).

Depois de lançar um foco de luz forte diretamente sobre o crânio, e enquanto ele era banhado em uma solução de álcool benzílico, descobriu-se que quem o tenha esculpido ou manufaturado o crânio, ao fazê-lo havia desconsiderado o eixo natural do próprio cristal.

Teoricamente, o cristal deveria ter se despedaçado. Outro detalhe embaraçoso é o de que , não importando a que temperatura ele fosse submetido pelos pesquisadores, o Crânio de Mitchell – Hedges permanecia sempre a 21,11 graus celsius.

Todas essas conclusões foram surpreendentes que, segundo um dos cristalógrofos, 'o diabo dessa coisa simplesmente não pode existir '.

Outro fenômeno associado aos Crânios de Cristal é sua capacidade de projetar imagens holográficas em seu interior."

F. R. 'Nick' Nocerino

Veja também o que nos traz F. R. 'Nick' Nocerino* após suas análises sobre o material: "Ele parece revelar cenas de diversas culturas, todas altamente civilizadas : uma que vive no mundo submarino, outra que vive no interior da terra e uma terceira que vem de um lugar diferente deste planeta. O mundo parece ter mudado sua geografia 4 vezes, com movimentos maciços de povos para o Leste, para o Sudeste e para o Sul. Regiões que conseguimos definir apenas como sendo as Américas do Norte e do Sul sofreram algumas transformações traumáticas. Zonas glaciais transformaram-se em tropicais, enquanto áreas tropicais moveram-se para o Sul e tranformaram-se em glaciais."

Richard M. Garvin, também apresentou suas considerações sobre o crânio de 'Skull of Doom', ele é escritor e autor de um livro sobre os crânios de cristal. Garvin acredita que o crânio foi desenhado para ser colocado sobre um feixe de luz focando o alto. O resultado, com as várias transferências de luz e efeitos prismáticos, seria o de iluminar todo o crânio e fazer com que os orifícios se tornem olhos brilhantes. Dorland realizou experimentos usando esta técnica e relatou que o crânio “se acende” como se estivesse pegando fogo.

*F.R.Nocerino foi o primeiro professor em Parapsicologia pelo Departamento Estadual de Educação da Califórnia.

Dorland considerou as técnicas conhecidas para tentar aplicar para o crânio de Skull of Doom. Segundo as possibilidades para sua elaboração, o crânio teria de ser cinzelado de maneira rudimentar, com o uso de diamantes, a forma final com a lapidação e polimento teria de fazer uso de soluções de água e areia de cristal de silicone. O problema é que esta técnica obrigaria o uso incessante de muitas pessoas trabalhando incessantemente em um resultado que só seria obtido em 300 anos. Portanto impensável e inadmissível, ou somos obrigados a acatar que uma tecnologia perdida tenha sido utilizada.

Quando falamos do período a que eles antecedem, os métodos mais modernos apontaram para o período de 1.000 a.C., mas exames realizados no final do século XX apontaram para datas ainda mais antigas, 6.000 a.C. e até 10.000 a.C.

crânio com orifício no centro superior

Museu Trocadero em Paris

A diferença nas datações se explica porque o uso de técnicas por radio-carbonificação não conduzem a uma data mais precisa para elementos inorgânicos. Os exames por Árgon (gás presente em todos os minerais), é mais preciso e só veio a ser utilizado em larga escala no final dos anos 70 e início dos anos 80.

Ambos apresentam dados referentes à presença dos dois elementos nos materiais, C-14 (Carbono 14) e Árgon. Eles são liberados para a atmosfera ao longo do tempo por se desprenderem dos materiais naturalmente. Quando sabemos quanto tempo demora para uma molécula de árgon ser liberada e a quantidade que cada minério recente possui naturalmente, podemos examinar uma pedra e verificar a quantidade de árgon no minério para descobrir a idade de uma pedra.

Tudo o que se pode concluir com certeza diante dos fatos é que a existência dos crânios de cristal são um verdadeiro desafio, pois a sua elaboração é comprovadamente impossível nos padrões atuais da tecnologia.

Como vimos, o interior do crânio de Skull of Doom contém um prisma e minúsculos túneis de luz que ampliam os objetos que forem focados abaixo de si e aumentam o seu brilho. Outro achado sobre o crânio de cristal revela conhecimento de pesos e pontos de fulcro. A peça da mandíbula se encaixa precisamente no crânio por dois orifícios polidos, que permitem que a mandíbula se mova para cima e para baixo.
O próprio crânio pode ser balanceado exatamente onde dois pequenos orifícios são trespassados de cada lado de sua base, que provavelmente antes continham suportes de suspensão. O equilíbrio nestes pontos é tão perfeito que a menor brisa faz com que o crânio balance para a frente e para traz, com a mandíbula abrindo e fechando como contra-peso. O efeito visual é o de um crânio vivo, falando e articulando.

Relatos inquietantes foram feitos sobre mudanças de cor ficando enevoado como um algodão branco, em outra ocasião perfeitamente claro e transparente como se todo o seu interior desaparecesse de maneira súbita. Outra ocasião conferiu o escurecimento de um ponto do seu lado direito escurecendo lentamente todo o crânio retornando à sua condição original. Esta situação não vai além de cerca de 6 minutos.

Em outra ocasião, os observadores perceberam cenas de edifícios e diversos objetos nos orifícios dos olhos, sem haver nenhuma luminosidade imposta ao material. Foram percebidos ainda ruídos saindo de dentro, odores, sensações de calor e de frio para quem os tocasse mesmo sob temperatura média em torno de 20°C, sensação de sede e de gosto no paladar como se provassem algum alimento ou bebida. Uma luz brilhou em redor do crânio como uma aura durante mais de cinco minutos.

Tudo isso pode ser entendido como um efeito interativo do nosso cérebro por ondas de rádio emitidas do interior do crânio de cristal. Se a pessoa que estiver próxima entrar em sintonia passa a interagir continuamente.

Dorland percebeu que as ocorrências periódicas eram devidas às posições do Sol, da Lua e dos planetas

A pesquisadora Marianne Zezelic atesta que o crânio teria sido utilizado para estimular e amplificar as capacidades psiquicas dos seus manuseadores. Veja o que ela considera a respeito dos crânios de cristal: “O cristal serve como um acumulador de magnetismo terrestre. Quando se olha fixamente o cristal, os olhos entram numa relação harmônica, estimulando o magnetismo coletado naquela porção do cérebro conhecida como cerebelo. O cerebelo portanto se torna um reservatório de magnetismo que influencia a qualidade do fluxo magnético através dos olhos, originando assim um fluxo contínuo de magnetismo entre o observador e o cristal. A quantidade de energia que entra no crânio eventualmente aumenta numa tal proporção que afeta os polos do cérebro, uma região que se estende logo acima dos olhos, contribuindo para o fenômeno psíquico”.

crânio de ametista

crânios com materiais distintos e cores diferentes

Ainda se desconsiderássemos estas capacidades inerentes aos crânios de cristal, como poderíamos deixar de observar as propriedades do material empregado sendo algo que só veio a ser utilizado por nossa sociedade muito recentemente. Atribuir a uma fraude, querer interpretar como algo que tenha sido elaborado por mentes valorosas da Europa no séc. XIX que teriam por muito capricho conseguido confeccionar estes trabalhos não parece razoável visto que esta atividade não se relaciona à sociedades européias e sim aos impérios da América pré-colombiana.

Por toda complexidade imposta pelos crânios de cristal, ficamos mais próximos da indagação do que da resposta.

Tal como concluído por um cristalógrafo da Hewlett-Packard: "Essa coisa simplesmente não poderia existir!"

Mas o problema, é que eles existem.