Geada |
Geada é o congelamento do orvalho na superfície de cada planta caracterizado por intensidades diferenciadas entre si de acordo com a temperatura de ação. Este congelamento ocorre mesmo em condições térmicas superiores à 0°C. Isso porque a temperatura na chamada "relva" da plantação pode ser até menor que a temperatura do ar em até 5°C dependendo da sua perda radioativa. Deste modo, em situações onde ao ar livre a temperatura estiver em torno de 5°C positivos durante a madrugada, é possível a observação deste fenômeno. As características ambientais em que se pode observar a ocorrência são o céu limpo e sem nuvens com baixa temperatura. Durante o dia percebemos a ausência de nuvens e uma temperatura amena apesar dos raios solares que acabam sendo contrariados pelo vento frio. Sua ocorrência é percebida com maior frequência no solstício de inverno, pelas óbvias razões de sua origem termo-climática. Durante a noite é que a sua ação se tornará mais evidente, pois se diferencia pelo céu muito estrelado e o gradiente de temperatura caindo rapidamente à proporção de -1°C, declinando até as 6:00 hs da manhã. A falta de nebulosidade acentua a perda de temperatura pois a umidade atua como elemento térmico para o ambiente e favorece a perda radioativa. O registro de temperaturas em torno de 15°C às 18:00 hs, fará com que no declínio térmico consiga atingir a média em torno de +5°C ocasionando a sua forma mais fraca. As formas distintas de apresentação são definidas como fraca (já apresentada), moderada e forte. A Geada fraca é caracterizada ainda, pelo congelamento superficial das plantas com a presença de uma fina camada de gelo. Ela é menos prejudicial à lavoura (os danos são sempre observados em plantações, nunca em áreas urbanas) e pode ser prevista quando se observar condições propícias e temperatura mencionadas. A geada moderada ocorre quando a temperatura média ambiente às 18:00 hs estiver em torno de 12°C e atingir entre +1°C e +3°C durante a madrugada podendo causar danos significativos para as plantações principalmente de legumes e verduras. Algumas das culturas que sofrem danos com a geada são exemplificados a seguir em seus respectivos limites de temperatura: cafeeiro -3,5°C, tomateiro +2°C e bananeira +5°C. As geadas fortes, também conhecidas como geadas negras, porque congela a seiva das plantas, ocorre quando a temperatura estiver abaixo de 0°C e apesar das condições características menos propícias, já tiveram registros para temperatura ambiente de +6°C, porque a temperatura da relva chegou a ser até 7°C menor que a do ar. Isto porque dependendo da umidade relativa do ar, a temperatura na superfície é maior, o que prejudica a sua percepção durante a madrugada. As geadas negras incidem com maior frequência para as cidades serranas e ao sul do país e nesta região chegam a incidir à qualquer hora do dia (para RS, SC e sul do PR). Os Estados do Sul e Sudeste brasileiro incluindo o Mato Grosso do Sul são locais em que as geadas incidem naturalmente, sendo raros para outros Estados como Bahia, Espírito Santo e Goiás, incomuns para os demais. Possuem relação direta entre o período de inverno e incidência de massa de ar polar associando-se ao favorecimento ambiental mencionado (ar seco). A ação deste fenômeno não é exclusiva para o período da madrugada, podendo incidir mesmo durante o período diurno. Mas as atividades mais comuns são as que se iniciam no início da madrugada com a queda abrupta da temperatura chegando a menos de 0°C à meia-noite. As regiões serranas observam com facilidade a ação das geadas no final da tarde, quando a temperatura atinge valor menor que +5°C, iniciando a formação de uma geada fraca. Para saber se a sua ocorrência será uma realidade ou não, é necessário a aplicação de um instrumento simples de medição, um termômetro que deve ser colocado à 10 cm das folhagens. Se ele apresentar uma temperatura inferior à 15°C, e durante o dia assim como a noite, tivermos a ocorrência das condições do ambiente tal como exemplificadas, será preciso um acompanhamento da temperatura média durante a madrugada, pois se esta vier a se reduzir à proporção de -1°C por hora, temos a probalidade maior de sua ação. Para exemplificar melhor, se a temperatura estiver em torno de +9°C nestas condições às 18:00 hs, isso pode significar uma temperatura de -3°C nas folhas, o que danifica culturas como o café. Para evitar os danos nas culturas são necessárias medidas preventivas que requerem acima de tudo esforço, uma vez que são medidas tomadas durante a noite ou madrugada. Para tanto as formações de grandes chamas, queimando pneus, tecidos ou materiais semelhantes não contribui para evitar a perda das culturas. Se houver interesse em realizar eventos semelhantes, o que é mais favorável é a vaporização da água em grande número, espalhadas na plantação, pois o vapor contribui para a elevação da temperatura da superfície e compensa relativamente a ausência de umidade. No entanto isso requer não apenas um número significativo de água vaporizada como também a continuidade para que não venha a agredir a cultura a ser protegida. Ações como a proteção com cobertura sobre as plantações com o uso de papel ou plástico são muito eficientes e requer menos esforço (a vaporização obriga à permanência no local para garantir o resultado), irrigação também pode ser uma maneira de proteger a lavoura, pois tal como mencionado, a ausência de umidade é o principal fator para a ocorrência deste fenômeno e contribui tanto quanto a evaporação. Depois do nascer do Sol, qualquer medida será inútil, pois a lavoura danificada já estará sendo presenciada. Culturas perenes como o café, podem ter como medida preventiva, a manutenção e limpeza do terreno, meia-encosta para que seus efeitos possam ser minimizados. Uma medida particular deve ser mencionada para os motoristas. Quando a temperatura declina para valores inferiores à zero, é preciso que sejam conferidas antecipadamente as condições do motor do veículo, principalmente quanto ao seu sistema de arrefecimento. Isso porque os motores refrigerados à água, podem observar o congelamento deste elemento líquido quando a temperatura vier a ser reduzida para valores que favoreçam seu congelamento. Neste caso, as moléculas da água aumentam o seu volume ao adquirirem o seu estado sólido e com isso o motor é literalmente rompido. Isso mesmo, ele se parte, o bloco do motor se quebra e ao perceber o aumento gradativo da temperatura, a água do sistema de arrefecimento já terá quebrado o bloco do motor, o radiador externo e interno (se houver), e quando do degelo, irá vazar em todo o seu redor e interior do veículo (para automóveis e caminhões com aquecimento interno). Este problema é resolvido quando utilizado o aditivo para radiadores (aditivo para o sistema de arrefecimento), que ao ser diluído deve ser observada a proporção correta de aplicação (o uso indevido pode causar danos ao sistema como o entupimento do radiador entre outros, tanto quando do excesso, quanto da insuficiência). Isso porque o aditivo têm como uma das suas propriedades a impossibilidade de congelamento para o líquido do sistema. Não se deve iludir com o fato de se tratar de um caminhão, ônibus, trator ou máquina agrícola, pois os efeitos são iguais para todos, diferenciando apenas pelo custo que evidentemente será maior para estes últimos. |
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