Maremoto

O maremoto é um fenômeno que se origina como efeito secundário de outro que ocorre nos oceanos, o terremoto. Quando o abalo sísmico têm como epicentro de atividade um oceano, ele dará origem ao Maremoto.

Isso está relacionado com o fato de que o volume das águas oceãnicas venham a ser agitadas com o movimento da placa tectônica da qual se componha o Oceano em questão. O volume das águas quando agitado acaba provocando ondas que se deslocam semelhantes às que seriam percebidas pelo deslocamento do ar para os tremores de terra em superfície, mas que são evidentemente muito menos sensíveis (em geral, quando o tremor é de pouca intensidade, algumas pessoas sentem um leve mau estar, quando maior não se consegue perceber pela instabilidade do solo). Na verdade, ele é o resultado direto da ação de uma massa sobre outra, ou seja, da massa física para com a líquida, melhor desenvolvida e mais ativa do que a relação sólido-gasosa (continentes-massa de ar).

Deste modo, ao se iniciar com os tremores da placa oceânica, o Maremoto irá desenvolver ondas que se dirigem para os litorais que ao serem atingidos o observam na forma de ondas elevadas.

Quando os abalos sismicos ocorrem no Oceano Atlântico ou no Oceano Índico, seus efeitos são limitados porque as medidas de altitude das ondas nestes oceanos e a diferença de nível entre suas marés (alta e baixa), não são superiores à 30 cm, fazendo com que consigam avançar algumas dezenas de metros para dentro do litoral dos países e ilhas que são banhados por suas águas. Para que as ondas que avançam sobre o litoral nestes oceanos venham a ser maiores, será preciso que o abalo tenha valor maior, esteja menos profundo e tenha duração significativa, pois do contrário os efeitos não serão tão consideráveis.

Sendo assim, quando um Maremoto atinge o litoral dos países do Mar Mediterrâneo ou do Oceano Atlântico, não chegam a ultrapassar ondas de 3 m, o que já significa um prejuízo enorme para diversas cidades que estejam à mercê deste fenômeno. Porém, quando a ação ocorre no Oceano Pacífico, seus efeitos são muito maiores e não precisam estar muito próximos da costa, ao contrário, quanto mais distantes maiores serão os danos. Um tremor de terra que ocorreu no Chile por exemplo, causou um Tsunami no Japão com ondas de 12 m.

Isso se explica pelo fato de que o Oceano Pacífico não é apenas o maior oceano do planeta, como também é proporcionalmente maior em volume de águas, uma vez que além de ser maior, ele também é mais elevado do que os demais. Apenas para se ter idéia, enquanto que o Oceano Atlãntico oscila em seu nível entre maré alta e maré baixa em torno de 30 cm, o Oceano Pacífico varia até 9,75 m na costa do Panamá e medida equivalente na costa das Filipinas e Indonésia.

Como resultado de uma ocorrência deste fenõmeno no Oceano Pacífico, já tivemos ondas de 10 m em Port Moresby - Papua Nova Guiné no dia 18/07/1998 em resultado dos tremores à 30 km da praia com magnitude de 7.0 graus na escala Richter.

Em contra-partida e opostamente a este volume e intensidade, a costa da França já percebeu diversos maremotos que são tratados de "mini", em razão do seu volume insignificante enquanto elemento trágico. A cidade de Marselha em 1985 é exemplo claro desta relação entre efeitos e volume de água nos oceanos. Do mesmo modo, os efeitos de um tremor ocorrido em 25/12/1985 em Sicília na Itália, não causaram maremotos nas imediações com seus abalos da ordem de 4.5 seguido de erupção do Monte Etna.

Um abalo da ordem de 6.4 em Trinidad e Tobago em 10/03/1988, poderia ocasionar maremotos na costa da Venezuela, e de diversos países da América Central, mas isso não ocorreu, o que identifica a ausência de volume proporcional ao Oceano Pacífico tal como procuro defender. Ocorrências incomuns, infelizmente não são dotadas de registros suficientes para melhor abordagem das relações que envolvem seus efeitos.

No Brasil, um Maremoto ocorrido em 1541 no último ano de governo de Antônio de Oliveira, destruiu a Casa do Conselho, a Igreja, o Pelourinho e outras casas da Vila, causando alarme entre os moradores. Contudo, tratou-se de um efeito inusitado como decorrência de abalos expressivos ocorridos no Oceano Atlântico, o que nunca foi uma atividade comum, nem para este Oceano, nem para o litoral brasileiro.

Até pouco tempo, era comum aplicar o nome de Maremoto para os efeitos secundários dos abalos sísmicos ocorridos em oceanos, ou que tenham ação desenvolvida pelos fatores que lhe sejam relacionados, como a queda de blocos em decorrência de atividades vulcânicas formando ondas gigantescas que atingem o litoral. Mas nos últimos anos, em razão não apenas da contínua atividade percebida no Oceano Pacífico, como também a denominação aplicada pelos povos asiáticos de Tsunami para as imensas ondas que atingem o litoral, convencionou-se fazer uso deste nome para se tratar deste fenômeno que tem origem tal como já apresentamos.

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