Terremotos no Brasil |
Os tremores de terra não são comuns para a história do país, contudo de um período para cá, tornaram-se mais e mais contínuos. Em razão dos problemas que ocorrem com o advento deste tipo de informação, como os despreparos e desesperos desnecessários para a questão, não são divulgadas as ocorrências em nosso território, à menos que incida sobre um número significativo da população. Um abalo da ordem de 7.1 graus na escala Richter ocorrido em 20 de Junho deste ano (2003) à cerca de 150 km de Cruzeiro do Sul no Amazonas, e à 2.730 km de distãncia de Brasília, é prova contundente deste desinteresse. Foi e é tratado como uma acomodação geológica ou ajuste tectônico de placas. Ocorreu à cerca de 550 km de profundidade, sob a placa tectônica do Brasil ocidental. Raramente ocasionam danos, devido à sua distância para com a superfície. Ocorrem somente na litosfera oceânica que tenha sido subconduzida por uma capa de terra. O terremoto de junho ocorreu na placa de Nazca, que atualmente se encontra em processo de sub-indução à placa sul Americana, ao longo da costa do Chile e do Peru. Nestas proximidades os impactos ocorrem à cerca de 170 km de profundidade o que diferencia o território brasileiro e favorecendo-o com poucos choques. Sob o Brasil ocidental, a região do tremor de Junho é subcondutora da placa de Nazca e pode ocasionar outros abalos à profundidades entre 530 e 650 km. O maior tremor de terra registrado nas proximidades foi o de 09/06/1994 com a magnitude de 8.2 na Bolívia, que trouxe raros efeitos para o território brasileiro. Na verdade até meados dos anos 70 e 80, estivemos habituados aos efeitos secundários promovidos pelos abalos que ocorriam na Argentina, Chile, Bolívia, Equador, Peru, Colômbia e Venezuela. Exemplo de um efeito secundário foi o ocorrido na Colômbia em 06/06/1994 que teve magnitude de 6.8 e foram sentidos em oito Estados brasileiros e Distrito Federal: AC, RO, AM, SP, BA, RS, SC e PR. Contudo, outras áreas como a Serra do Tombador e Porto dos Gaúchos em MT, João Câmara no RN, entre outras localidades já começaram a apresentar sismos não apenas com frequência, mas de ordem cada vez mais expressiva. Observe a tabela no quadro abaixo para conhecer alguns exemplos registrados no Brasil: |
Estado | data | magnitude | Localidade |
SC | 1939 | 5.5 | Tubarão |
MT | 1955 | 6.3 | Porto dos Gaúchos |
ES | 1956 | 6.6 | Oceano Atlântico |
CE | 1980 | 5.2 | Pacajus |
SP | 1982 | 4.1 | Caconde |
AM | 1983 | 5.5 | Codajás |
RN | 30/11/1986 | 5.3 | João Câmara (1.500 feridos na cidade) abalos sentidos em Natal |
CE | 1988 | 4.3 | Palhano |
RS | 1990 | 5.2 | Oceano Atlântico |
MT | 31/01/1995 |
6.6 | Serra do Tombador |
MT | 10/03/1998 | 5.0 | Porto dos Gaúchos |
MT | 1998 | 6.8 | Porto dos Gaúchos |
GO | 08/1999 | 3.5 | Região do Centro Oeste |
DF | 20/11/2000 | 3.8 | Brasília |
AM | 20/06/2003 | 7.1 | Selva Amazônica 150 km de Cruzeiro do Sul |
No ano de 2002
a cidade de João Câmara registrou cerca de 330 tremores de
terra, sendo uma terça parte acima de 3.0 graus na escala Richter,
chegando com freqüência à 4.5 ou 5 graus. |