Dejode

Dejode 1593

Quando tratamos das evidências esclarecedoras a respeito das teorias sobre cartografia no passado, temos alguns mapas que causam grande perturbação e muita inquietação. Dentre eles está o mapa de Dejode do ano de 1593, porque trata com certa qualidade (incomparável e muito superior aos que eram elaborados no mesmo período na Europa medieval), apresentando os extremos Norte e Sul da Terra com os contornos geográficos que se aproximam da real apresentação em seu tempo, estabelecidas as equiparações com a atualidade.

Fica então uma maneira de interpretarmos melhor as relações entre os povos antigos. Se antes de Colombo vir para as Américas (é importante observar as reais intenções e saber que ele não estava procurando "um caminho novo para as Índias..."), existiam povos que conheciam os contornos dos continentes com maior precisão, é preciso compreender e admitir que os conhecimentos estariam igualmente muito mais avançados do que se presume pelos registros históricos.

Povos como os Fenícios, Cartagineses, Celtas, Vikings entre outros, estariam entre os que poderiam gozar dos conhecimentos neste nível e podendo desfrutar das riquezas das América muito antes daqueles que seriam então os novos conquistadores.

As relações entre todos aqueles que conheciam as Américas pré-colombianas e os povos que aqui existiam, seria de uma amistosidade inteligente e muito proveitosa, respeitando os direitos e deveres, algo que não ocorreu por parte de portugueses e espanhóis.

A relação é inteligente, porque estava conduzindo o descaso dos seus habitantes para com os metais preciosos, que eram então trocados por iguarias, temperos, tecidos e principalmente os espelhos, que interessavam aos moradores nos impérios Inca, Maia, Asteca, seus antecessores Quíchua, Olmeca e Zapoteca, assim como entre os Tupi-guaranis e todos os demais que tinham acesso aos metais.

Isso tudo é muito claro tão somente pela existência de um mapa? Sim, isso tudo fica muito evidenciado pela sua apresentação e pela sua correta definição de contorno.

Só podem ser estabelecidas medidas de contorno quando se conhece a região. Para conhecer uma região é preciso não apenas navegar por ela, mas também permanecer no local e catalogar o seu contorno. Para permanecer em um local é preciso que exista uma relação entre os que permanecem e os que vivem no local, sem o quê, fica impossível realizar qualquer forma de trabalho, não apenas pela busca de alimentos, mas também porque seria preciso guerrear constantemente, o que dificultaria o trabalho de cartografia.

Para não guerrear e poder permanecer em uma localidade sem a necessidade de construir edificações ou fortes com barreiras, seria preciso estabelecer contato. Isso tudo já seria portanto um fato que teria uma certa ação corriqueira.

Apesar de terem enfrentado povos como os Astecas que lutaram contra a ação da conquista espanhola, os europeus encontraram amistosidade e espectativa por parte dos Incas e também por parte dos índios guaranis.

Tanto em um povo como no outro, a espectativa era pelo retorno dos seus amigos do passado, cujos dados que possuíam não iam além de contos e descrições físicas sobre eles, algo que conferia com os espanhóis e portugueses.

Por isso tudo, o trabalho de Dejode não poderia ser elaborado de outra maneira que não fosse através de mapas mais antigos que estivessem em circulação na Europa medieval.

Senão, de que outra forma uma região como a Antártida poderia vir a ser cartografada se os europeus só viriam a descobrir a região por volta do ano de 1820, ou seja, cerca de 230 anos depois?

A apresentação dos contornos da Antártida neste mapa devem ser interpretados como um registro geológico das condições em que se encontrava esta região.

Isso porque a posição em que se encontra a Antártida atualmente, não é a que está definida nesta cartografia, o que pode significar o movimento de giro deste continente gelado do período em que foi registrado por seus mentores até a atual condição.

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